quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Relatório do Projeto Pé de Igualdade

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-FACULDADE DE EDUCAÇÃO

ATIVIDADE: GEAC- PRÁTICAS PEDAGÓGICAS TIC

PROFESSORA ORIENTADORA: MARISTELA

DISCENTE: PAULA FRANCINETE R. RODRIGUES

ESPAÇOS DE APLICAÇÕES – LUIZ MÁRIO DOURADO

...Quando te encarei frente a frente, não vi o meu rosto; chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto; é que Narciso acha feio o que não é espelho...

Caetano Veloso

Relatório

A articulação permite que o processo seja prazeroso para o sujeito aprendiz, compartilhando suas experiências e procedimentos no conjunto do fazer pedagógico mais dinâmico. As tentativas das ações são manifestações que produzem no seu desenvolvimento cognitivo, pessoal e profissional.

Sem a reflexão das ações, é lamentável as transformações. A reflexão viabiliza condições de situações em que o ato de pensar é parte integrante do processo dos acontecimentos que resultam em resultados sejam eles construtivos, reformulados e conscientes, cada sujeito abrange suas especificidades.

Porém, a partir da leitura em grupo das discussões e questionamentos, foi fluindo com melhor clareza a leitura e assim percebemos que a experiência é apresentada em dois aspectos, segundo Dewey

Quando experimentamos alguma coisa, agimos sobre ela, fazemos alguma coisa com ela; em seguida sofremos ou sentimos as conseqüências. Fazemos alguma coisa ao objeto da experiência, e em seguida ele nos faz em troca alguma coisa: essa é a combinação específica, de que falamos. A conexão dessas duas fases da experiência mede o fruto ou o valor da mesma. (DEWEY 1959. p. 152).

Compreender a experiência como uma ação ativo-passiva, é entender que a experiência se dá por variáveis como na percepção das relações, também na cognição, chegando ao conhecimento. A articulação permite que o processo seja prazeroso para o sujeito aprendiz, compartilhando suas experiências e procedimentos no conjunto do fazer pedagógico mais dinâmico. As tentativas das ações são manifestações que produzem seu desenvolvimento cognitivo, pessoal e profissional.

Sendo assim, a reflexão viabiliza condições de situações em que o ato de pensar é parte integrante do processo dos acontecimentos com que seja construtivo, reformulados ou conscientes, cada sujeito abrangendo suas especificidades.

Entretanto o Projeto Pé de Igualdade veio contribuir para o desenvolvimento do meu planejamento, permitir a articulação de experiências de trabalhar com a maquina digital fotográfica permitindo, uma leitura de imagem estática e também com pequenas imagens em movimento criando vídeos com as atividades desenvolvidas durante o processo.

O primeiro passo foi treinar o olhar através da experimentação de ângulos, distâncias, diferente focos da fotografia. Esse tipo de estratégia prepara para, futuramente, trabalhar com direção de câmera. As imagens foram feitas com luz natural pelos próprios alunos que pode e deve ser iniciada na infância para ampliar, o repertório oral da criança e possibilitando atividades que trabalhe os valores do discente. Tendo como objetivo refletir sobre o papel da prática de valores que norteiam princípios que orientam o comportamento humano. Minha proposta foi desenvolver e utilizar como recurso o cinema na sala de aula, trabalhando os valores sociais, facilitando assim uma contribuição para o desenvolvimento da linguagem oral.

O segundo passo foi assistir o filme O patinho feio essa história descreve um universo de agressividade, desdém, preconceito e intolerância, que um ser vive constantemente diminuído, por não conhecer sua essência, sua beleza própria e sua verdade interior. Por ser diferente dos outros de sua espécie o patinho é desacreditado, colocado ao ridículo, perde a autoconfiança e suas perspectivas de futuro são destruídas.
Na vida real de algumas pessoas, comparando a história do patinho, com as diferenças, o preconceito de cor, gênero, credo ou classe social seja em casa, seja na escola temos a responsabilidade e o dever de orientar nossas crianças e jovens, para a aceitação do outro, para a compreensão de que condutas preconceituosas ou intolerantes só colaboram para a degradação das relações e para o desentendimento entre as pessoas.

Portanto como a escola já tinha comprado o data show, facilitou mais ainda a organização do ambiente para que as crianças pudessem assistir com maior conforto. Após ter degustado o filme, fiz uma roda de conversa, com intuito de fazer levantamento prévio do que os alunos já sabiam sobre valores como: respeito mútuo, diálogo, amor ao próximo e solidariedade. Cada criança teve a vez de falar e se expressar como elas entendiam sobre cada valor citado acima.

Foi um momento muito significativo, pois a expressão dos discentes, a autonomia de fala, e o respeito à vez do outro foi fundamental para que o debate continuasse prosseguindo de maneira organizada entre eles.

O terceiro passo foi levar para sala de aula uma história da Menina Bonita do Laço de Fita, com objetivo de trabalhar os valores, a consciência negra, a descoberta da cor, a família como as nossas origens, tendo uma percepção de como são os africanos, apesar da diversidade de cor existente, também, na África! Distribuir para cada aluno uma cópia, depois fiz a leitura compartilhada juntamente com eles, ouviram atentamente a leitura. Após, distribuir uma atividade para a produção de desenho com os personagens do filme. Coloquei a televisão e o DVD para que eles pudessem ver novamente, só com as imagens para facilitar a atividade que seria desenvolvida naquele momento.

Então começaram a desenhar foi muito divertido cada um com sua imaginação, alguns desenharam a menina, o coelho e outros personagens existente na história. Quando terminaram a suas produções fiz uma exposição no pátio da escola com a divulgação do filme e os desenhos produzidos pelas crianças. Convidei outras salas para apreciarem a exposição. Em cada etapa as crianças fotografavam todas as atividades desenvolvidas para a montagem final de um vídeo.

Percebir como as crianças ficaram curiosas para assistir também o filme devido a propaganda que foi muito divulgada. Então propôs as professoras que ali estavam que levassem para salas investissem também na sua prática pedagógica, pois é um recurso didático que serve também como um instrumento de aprendizagem muito significativo para reflexão dos valores, pois são importantes para a formação do sujeito como co-participante no processo da cidadania.

Foi proposta também com a turma uma apresentação do livro A Menina Bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado. Durante o jogo teatral comecei a observar alguns alunos que mais demonstraram habilidades de expressão corporal e também na linguagem oral para uma dramatização que seria realizada na próxima aula. Converso que foi muito difícil porque todos se envolveram com a atividade.

Então dividir as tarefas com os alunos para que todos participassem da atividade para dramatizar e a organização do cenário foi divido em dois grupos. O primeiro grupo ficou responsável pela organização do ambiente, o segundo ficou com a dramatização de algumas cenas do livro escolhido pelo grupo.

Pedir para cada grupo que sentassem em dois grupos de acordo como foi dividido as tarefas. Acompanhei cada grupo e pedir que pensassem como seria a organização do cenário e quem seria os personagens que mais se identificaram com eles. Houve um momento que percebir que os alunos do grupo da dramatização estavam em conflito, pois todos queriam se a protagonista do livro, então tive que interferir na escolha.

Perguntei ao grupo de maneira eles poderia resolver esse conflito. Uma aluna logo se posicionou dizendo que a melhor maneira seria a brincadeira do impa ou par, quem ganhasse seria a Menina Bonita do Laço de Fita. Achei uma ótima idéia porque foi uma ótima oportunidade para se trabalhar as tomadas de decisões coletivas. Diante da decisão realizada Propôs ao grupo que iniciassem a brincadeira, quem ganhassem seria a Menina. Ao termino da brincadeira a aluna Thiane ficou sendo a Menina Bonita e o outro ficaram sendo os outros personagem escolhidos por eles. Durante alguns dias de ensaios foi realizada a dramatização no pátio da escola para os colegas e a comunidade escolar.

No dia seguinte convidei os alunos para fazer uma auto avalpiação oral do que eles puderam compreender a importância dos valores sociais em nossas vidas cotidianas através de algumas perguntas como: o que não gostou? E o que eles mais gostaram? O que mais chamou sua atenção? O que poderiam melhorar? O aprenderam com a história e a dramatização para a sua vida?.

Na fala de alguns alunos percebi que o momento que mais gostaram foi a participação da dramatização e organização do ambiente por quer eles ao mesmo tempo houve uma interação bastante significativa durante e na finalização da atividade..

Na quarta atividade propus que trouxesse de casa uma foto de cada um, para ser realizada na atividade do auto-retrato utilizando o espelho onde os alunos estariam observando suas características como: rosto, cabelo, olhos, pele e comparando com sua foto lado a lado. Percebir a euforia dos alunos quando estavam diante do espelho. Após atividade realizada tivemos um debate com a turma sobre o preconceito racial e seus comportamentos racista com os colegas de classe. Diante disso a relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada o ridicularizada pelo seu grupo social. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo maciço, passando a reconhecer e iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais, que interferem na construção da sua identidade de criança.

Com isso levei os alunos para o inforcentro onde eles iam pesquisar pessoas negras dentro da sociedade bem sucedidas na arte e música como apoio de um monitor com e do professor fazendo uma Leitura de imagem usando assim o computador para uma melhor pesquisa. Depois de tantas aulas, organizamos uma Palestras com toda a comunidade e escola sobre questões étnico-raciais, com a apresentação dos trabalhos feitos pelos os alunos, vídeo slides com fotos de todo o processo, tirados pelos próprios alunos, músicas que retratam o preconceito dentro da própria sociedade.

Percebo que influência da cultura das imagens é profunda na vida das crianças, sendo considerada até como uma nova linguagem, entretanto observamos que os fotos e filmes utilizados como recursos didáticos são apresentados de forma descontextualizada na realidade escolar, servindo em muitos casos apenas como passatempo, ou um produto sem significado, no entanto sabemos que esta realidade pode ser diferenciada de maneira que traga as tecnologias para dentro da escola, com intuito de trabalhar dentro do contexto de cada criança, principalmente obedecendo à cultura escolar e da comunidade que ali esta inserida.

Um comentário:

Maristela Midlej disse...

Oi Paula,

O seu relato está bem detalhado servirá de isnpiração para outros prtofessores. Sugiro para uma próxima utlização do Projeto o uso de espaços na rede para publicação das autorias dos alunos, como galerias virtuais (Portal educarede tem essa possibilidae) ou em Fotologs.

Vá em frente, e sempre que possivel, aproveite as potencialidades das tecnologias digitais nas atividades pedagógicas.

abs,
Maristela